Este é o primeiro artigo da nossa série sobre experiência do usuário e acessibilidade.
Quando se é designer de experiência do usuário (UX Designer), o critério básico para início de um novo trabalho é sempre priorizar o usuário, isso não é segredo para ninguém. Ainda na parte conceitual de qualquer produto digital, somos guiados a focar no público médio, aquele formado pela maioria dos usuários para a qual é destinada a principal função de um produto.
Desde a tampa do pote de geleia, feita sob medida por alguém que pesquisou o tamanho médio das mãos das pessoas para que pudéssemos segurar e abrir a tampa confortavelmente, até a altura da bancada da sua pia de cozinha, na qual os mais altos enfrentam dificuldades diárias para lavar uma simples louça, alguém de ergonomia foi lá e pesquisou a respeito dos usuários.
Mas bem, a vida é mais fácil se você está na média, mas se você é muito maior que a média vai ter dores constantes nas costas na hora de lavar louças.
Seguindo por esse pensamento, um público que é constantemente esquecido (ou até ignorado) e não está na média são as pessoas com necessidades especiais, ou desabilitadas.
Enxergar esse público é uma dificuldade para mim e para muitos outros que fazem parte “da média”. Tenho tentado seguir alguns processos ao começar ou entrar em um projeto, o que tem me ajudado a pensar em públicos que não são contemplados pela maioria.
E é para ajudar todos a entenderem o universo da acessibilidade do ponto de vista do design que vou escrever uma série de artigos por aqui sobre o tema.
Design para Todos
Começar a falar de acessibilidade é entender um de seus princípios: desenhar para todos.
O que isso quer dizer na prática?
Quer dizer que você não pode pensar que vai fazer seu projeto, e no seu fluxo de trabalho colocar uma etapa para “implementação de acessibilidade”.
Por mais que essa seja uma realidade comum em muitas empresas e clientes, fazer dessa forma torna o processo ineficiente e passível de cometer erros, como por exemplo, fazer nomes de botões diferentes para o leitor de tela (tecnologia comumente usada por usuários com deficiência visual) e para o que o usuário está visualizando na tela, gerando assim, duas soluções apartadas.
Ou em outro exemplo, se você projeta uma tela que vai ser implementada em HTML, e você precisa que o programador crie um tratamento diferente para o código, para que a acessibilidade funcione, este não é o jeito ideal.
Isso falando somente em termos de entregáveis. Quando estamos na descoberta do produto, também é importante entrevistar e conhecer usuários desabilitados para um maior entendimento do processo. Sim, eles tentam usar desde a conta do banco e até o Instagram!
Design e Acessibilidade: princípios básicos para ter em mente
Tenha em mente que o princípio máximo da acessibilidade é desenhar para todos. Se você tem um botão que precisa ser lido de forma diferente pelo leitor, o ideal é que você já coloque o título dele exatamente da mesma forma que o leitor leria.
Ou se seu botão é apenas um ícone gráfico, seria legal que um texto fosse colocado junto ao ícone, assim este ícone funcionaria para pessoas com desabilidades e para pessoas com todos os sentidos funcionais. Falaremos com mais profundidade sobre isso no próximo artigo.
Mas já coloque um lacinho em seu dedo para lembrar que acessibilidade é desenhar para todos. Quando você lembra da audiência da acessibilidade e com necessidades especiais, você já está atendendo os seus usuários regulares, sem distinção. E é isso que queremos, os PCDs não querem distinção. 😀
Espero ter você por aqui aprendendo e debatendo sobre acessibilidade. Dúvidas ou sugestões de como podemos evoluir e continuar esse papo? Compartilha com a gente nos comentários!
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